Você sabe amar a si mesmo?
- Márcio Schitini

- 30 de jul. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 7 de out. de 2021

No meu primeiro e-book: “Lições de Jesus para um novo mundo: Dez passos para reprogramar sua mente e mudar sua vida” (Amazon), ousei trazer uma visão mais terapêutica do Mestre de Nazaré e, de quebra, apresentar algumas técnicas para ajudar o leitor a trazê-lo mais próximo dos ensinamentos de Jesus. Chamei de ousadia, porque é apenas a minha visão de lições que já datam de mais de 2000 anos e já foram interpretadas por um sem-número de pensadores.
Neste momento de pandemia, vemos na internet toda sorte de cursos na área de autoajuda, que prometem ensinar-lhe como prosperar na vida, como resolver questões psicológicas de uma vez por todas, como manter relacionamentos saudáveis etc. E põe “etc” nisso! E se há oferta é porque há procura. Há gurus fazendo fortuna em cima do desespero das pessoas que sonham com uma vida de felicidade e muito dinheiro.
Essa grande demanda por cursos desse tipo se justifica por uma postura bastante comum da grande maioria de nós, seres humanos: adoramos buscar atalhos para nossa evolução. O que esses cursos não revelam é que há um princípio básico − pregado pelo Mestre Nazareno e por todas as correntes da saúde mental – sem o qual a realização pessoal não pode ocorrer: o exercício do amar a si mesmo. Você pode ter dinheiro, carros, casas, mas jamais conseguirá sentir-se pleno se não olhar para dentro de si mesmo com franqueza e amor.
A MENTE funciona como um repositório para nossas memórias, cujo conteúdo filosófico, emocional e perceptivo foi programado em algum EVENTO EMOCIONAL SIGNIFICATIVO (EES), a partir do qual uma PARTE do nosso subconsciente é criada para tomar conta desse comportamento. Essa PARTE funciona como se fosse você em “miniatura”, com sua própria personalidade, seus VALORES e suas CRENÇAS.
Imagine, então, que nossa MENTE é formada por milhares dessas PARTES, que codificaram aquele EES com os recursos de que dispunham no momento. Imagine se você tivesse apenas seis anos de idade e tivesse que lidar, pela primeira vez, com uma situação grave, como uma separação, uma mudança para outra cidade ou tivesse presenciado um ato de violência. Não é regra, mas seria bastante difícil para um ser imaturo emocionalmente guardar algo de bom de alguns eventos.
E quanto mais essa PARTE é acionada, mais detalhes esse decodificador adquire, promovendo a mudança do entendimento da realidade, pois novas codificações são reunidas e passam a fazer parte daquela estrutura original, que se torna mais complexa e mais ampliada. Isso tudo só é possível graças à neuroplasticidade do cérebro. É por isso que algumas limitações se repetem em nossas vidas e parecem ficar mais complexas com o tempo.
Perceba, portanto, que raramente um curso de autoajuda vai resolver de vez seus problemas. Pode ser que você se sinta melhor no momento, no calor das palavras muito bem escolhidas para motivá-lo. No dia seguinte, no entanto, quando voltar à sua rotina, vai perceber que aquela chama se apaga rapidamente sem o combustível daquele frenesi coletivo. Aquela PARTE de sua MENTE até que se empolgou com todo aquele alvoroço, mas esse sentimento passará tão rápido quanto chegarão os desafios do cotidiano.
Um trabalho eficiente com a MENTE passa necessariamente pelo autoconhecimento, que só se efetiva com a atitude de encarar seus defeitos com coragem e muita honestidade. Peça para alguém ajudá-lo escrevendo sobre seus defeitos e suas qualidades. Comece a observar os resultados que tem alcançado no dia a dia e relacione-os com os defeitos apontados pelo seu parceiro de mudança. Faça exercícios de meditação com a intenção de que caminhos de cura lhe possam ser revelados. Não se julgue. Exercite o amor-próprio. Lembre-se de que essa PARTE de você está sofrendo e é imatura.
É importante lembrar que a nossa evolução está ligada necessariamente ao amor que cultivamos por nós mesmos e pelo próximo. Apesar de tantos livros, cursos, workshops, palestras, a lição mais importante sobre nossa evolução já tinha sido dada: “Ame o próximo como a si mesmo”. Não há atalhos para o autoconhecimento. Exercite-o a cada dia e, se necessário, não hesite em procurar um profissional para auxiliá-lo nessa tarefa essencial à nossa jornada.

Sobre o autor:
Professor, Neuroeducador, Master Practitioner em PNL e Coaching de vida –é fundador, junto de sua esposa, Sílvia Reze,
do Instituto Recomece.








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