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Efeito espelho


mulher se abraçando, amor próprio

A frase "Conhece-te a ti mesmo" situava-se na porta de entrada do Templo de Delfos, na cidade com o mesmo nome, na Grécia. O templo foi originalmente construído em homenagem a Apolo, deus da luz, da razão e do conhecimento verdadeiro, o patrono da sabedoria. A famosa inscrição buscava estimular os cidadãos gregos à reflexão e ainda hoje continua nos lembrando de que a única maneira de encontrar a felicidade é olhando para dentro de nós mesmos.


Não se sabe exatamente quem é o autor de tão célebre frase, mas ela responde de forma sublime a uma pergunta eterna da humanidade: QUAL É O SEGREDO DA FELICIDADE? Apesar disso, ainda nos debatemos buscando nossa realização em bens materiais, conhecimento acadêmico, status, enfim, tudo aquilo que está fora de nós e que nos serve apenas à ostentação de nossas conquistas diante de uma sociedade que nos exige cada vez mais perfeição.


Estamos vendo gerações inteiras frustrarem-se diante da vida. As gerações mais velhas por seguirem padrões castradores e opressores e acabarem aceitando essa situação sem nenhuma resistência. Daí por diante, gerações subsequentes, que, com um pouco mais de consciência, foram tentando livrar-se desses padrões; no entanto, por se enxergarem num conflito entre o TER e o SER, acabaram caindo igualmente no desencanto pela vida. Hoje, vemos crianças e adolescentes reféns de uma tecnologia que não lhes dá margens para erros, ou melhor, “fracassos”, na linguagem atual.


E onde ficou a grande lição deixada pelos grandes pensadores gregos há mais de dois mil anos? O problema é que essa frase só começou a fazer um pouco de sentido nas últimas décadas. O que fizemos, no entanto, foi adaptá-la aos nossos velhos hábitos ligados à necessidade de adquirir bens e parecer perfeitos diante do mundo. Passamos a usar os conhecimentos sobre a Mente imaginando que poderíamos SER, TER, ou FAZER o que quiséssemos de nossa vida. Resultado: mais e mais desilusões!


Parecia-nos óbvio o que sugeria um dos aforismos mais célebres da história. Então, por que fechamos os olhos para um conselho tão inequívoco? O que nos levou a simplesmente desconsiderar uma ideia tão exaltada por tantas gerações? Penso que a resposta não seja tão difícil de responder como parece: é muito desafiador ter que olhar para nosso íntimo, principalmente porque tememos descobrir a verdade sobre nós, mesmo sabendo que esta nos libertará, como preconizava o Mestre de Nazaré.


É muito doloroso descobrir que muito do que somos são apenas máscaras que vestimos para nos adaptar às pessoas. Fomos aprendendo a nos ajustar às altas exigências impostas pelo mundo e, assim, sufocando nosso EU VERDADEIRO. Assistimos a nossas FALSAS PERSONALIDADES assumirem o papel principal de nossas vidas e nos relegando a simples figurantes. Sequer escrevemos os roteiros do nosso filme, apenas cumprimos o que nos foi determinado e, no final do dia, vamos embora desapontados com nossa pífia performance.


Devemos admitir que o autoconhecimento não é fácil. Se o fosse, o mundo estaria num outro patamar evolutivo. Está na hora de seguir o conselho grego inscrito no Oráculo de Delfos e estampado por séculos na nossa memória. Não podemos mais negar que o caminho para a nossa felicidade está nos caminhos escuros e tortuosos para as profundezas de nossa Mente. Não podemos nos enganar buscando atalhos para chegar ao nosso objetivo. É como um labirinto que o vencerá pelo cansaço e o levará a recomeçar até que você escolha o caminho correto.


Então, por onde começar a escalada para alcançar o cume dessa grande montanha? Há alguns recursos simples que podem ajudá-lo na sua evolução. Um deles é observar os seus relacionamentos, sobretudo os que o desequilibram emocionalmente. É o que poderíamos chamar de EFEITO ESPELHO. Para entender o EFEITO ESPELHO, note que, quando você aponta o dedo para alguém, outros três dedos apontam para você mesmo. Essa metáfora resume tudo! O defeito do outro nada mais é que o seu defeito.


Mas isso é uma regra? Sim, já que ninguém se incomoda com algo ou alguém se não possuir dentro de si essa programação. Então, sugiro que, na medida do possível, você comece a anotar aquilo que o incomoda nas pessoas. Procure observar os sentimentos e as sensações que envolvem esse incômodo. Por exemplo: “Eu fico irritado com o Fulano quando ele é mesquinho na hora de pagar a conta. Sinto como se tivesse um nó na garganta”. Procure ser detalhista. Isso o ajudará a olhar mais profundamente para a sua dificuldade.


Depois, no final do dia, analise sua lista e faça uma reflexão. Compare o comportamento que o incomoda e busque, no seu dia a dia, momentos em que agiu da mesma forma. Se não conseguir de imediato, não se preocupe! Vá prestando atenção às suas ações no cotidiano. Certamente, você encontrará comportamentos similares. Quando isso acontecer, não se julgue. É o momento de reconhecer que precisa mudar suas atitudes. Caso tenha dificuldade na mudança, converse com um amigo ou procure a ajuda de um profissional. Mas não se omita: não há mais tempo para adiar sua evolução!



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Sobre o autor: 
Professor, Neuroeducador, Master Practitioner em PNL e Coaching de vida –é fundador, junto de sua esposa, Sílvia Reze, 
do Instituto Recomece. 
 

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